segunda-feira, 22 de maio de 2017

Twerk

Twerk é um estilo de dança em que grande parte dos movimentos se concentram nos quadris e em agachamentos.
O nome é provavelmente uma junção das palavras twist e jerk [2] (a primeira palavra pode ser vista como giro, volta, movimento circular; e a segunda como movimentos repentinos[3]), duas palavras em inglês, já que a origem desta dança é New Orleans - E.U.A., mesmo com suas influências de danças de tribos da África Subsaariana[4], como mapouka, ela se moldou e se fortaleceu graças a presença do bounce music na região. Uma das expoentes mais populares desta dança é a bailarina Lexy Panterra.
Em 2013, a atriz e cantora norte-americana Miley Cyrus dançou twerk no videoclipe da musica We Can't Stop. Em uma premiação do mesmo ano, Miley Cyrus fez um twerk polêmico em sua apresentação, o que se tornou o assunto mais comentado da noite.
No primeiro do videoclipe do single Work, a cantora Rihanna e os seus dançarinos apresentam uma coreografia baseada no twerk. A música e o clipe têm participação do rapper canadense Drake. Work faz parte de ANTI (2016), oitavo álbum de estúdio da barbadiana.

No Brit Awards 2016, em 24 de fevereiro, Rihanna e Drake cantaram Work. A performance foi avaliada com uma das mais sensuais da noite.

Zumba

Zumba é um programa de fitness inspirado principalmente pela dança latina criado na Colômbia pelo coreógrafo Beto Perez, na década de 1990. O programa foi implementado em mais de 150 países.
O zumba mescla movimentos de danças latinas como o samba, salsa, merengue, mambo e reggaeton, ou mesmo outros estilos como hip hop e dança do ventre  com exercícios próprios do treino cardiovascular  e, por este motivo, é muito utilizado em academias, promovendo o condicionamento físico de um modo gera

Salsa

Salsa é uma mescla de ritmos tais como o son montuno, o mambo, cha-cha-chá e a rumba cubana. Recebeu, ainda, influências do merengue (da República Dominicana), do Calipso de Trinidad e Tobago, da cúmbia colombiana, do rock norte-americano e do reggae jamaicano. Hoje, é uma mistura de sons e absorve influências de ritmos mais modernos como rap ou techno. A dança correspondente ao estilo musical é caracterizada pelo compasso quaternário.
A salsa foi criada na década de 1940 em Havana (Cuba). Nos Estados Unidos, debutou no Hotel Saint-George, no Brooklyn (Nova Iorque), onde o grupo LeBrón Brothers, de origem porto-riquenha, entusiasmou o público no início dos anos 1970. Daí, se espalhou entre as comunidades latino-americanas nos Estados Unidos e Porto Rico, depois em Cuba, Venezuela, Colômbia e outros países de língua espanhola. Nomes como Tito Puente, Celia Cruz, Johny Pacheco, Hector Lavoe e Willie Colón (La Fania) se tornaram expoentes do gênero.
Nos anos 1980, a salsa foi invadida pelo merengue da República Dominicana e também pela música disco. Neste momento, surgiu uma nova geração de músicos como Frankie Ruiz, Eddie Santiago e Luis Henrique, que começaram a mudar o panorama da música latina criando a chamada "salsa erótica" - para muitos, uma traição do próprio caráter da salsa, machista, forte, ligada às ruas. No entanto, esta salsa erótica ou sensual trouxe nova atenção ao gênero.
Na década de 1980, a salsa se espalhou pelo México, Argentina, Europa e chegou ao Japão, onde surgiu a Orquestra de La Luz, banda onde todos os integrantes são japoneses. Enquanto isto, o ritmo do merengue se tornava mais e mais popular em países como Porto Rico e era o ritmo que embalava as discotecas de música latina.
Um país no qual se produziu, nos últimos anos, uma expansão da salsa com maior vigor é a Colômbia, destacando-se Joe Arroyo, o grupo Niche e a orquestra Guayacán. Entre os híbridos mais recentes da salsa, destacam-se os chamados "mereng-house", a "salsa merengue" e "salsa gorda".

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Samba

O samba é um gênero musical, que deriva de um tipo de dança, de raízes africanas, surgido na Bahia, na Região Nordeste do Brasil e considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Dentre suas características originais, possui dança acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano. Apesar de ser um gênero musical resultante das estruturas musicais europeias e africanas, foi com os símbolos da cultura negra brasileira que o samba se alastrou pelo território nacional.[8] Embora houvesse variadas formas de samba no Brasil (não apenas na Bahia, como também no Maranhão, em Minas Gerais, em Pernambuco e em São Paulo) sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana surgida no início do século XX na cidade do Rio de Janeiro, nas casas das chamadas "tias baianas" — migrantes da Bahia —, quando o samba de roda, entrando em contato com outros gêneros musicais populares entre os cariocas, como a polca, o maxixe, o lundu e o xote, fez nascer um gênero de caráter totalmente singular.
Um marco dentro da história moderna e urbana do samba ocorreu em 1916, no próprio Rio de Janeiro, com a gravação em disco de "Pelo Telefone", considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil (segundo os registros da Biblioteca Nacional). O sucesso alcançado pela canção contribuiu para a divulgação e popularização do samba como gênero musical.


Origens do termo samba


batuque praticado durante o Brasil do século XIX, em pintura de Johann Moritz Rugendas.

Por muitos anos da história do Brasil, o termo "batuque" era a denominação comum a qualquer manifestação que reunisse canto, dança e uso de instrumentos dos negros, por extensão designando festejos. Esse sentido amplo permaneceu na literatura colonial até o início do século XX, quando a palavra "samba" passou a suplantar "batuque".Em meados do século XIX, a palavra "samba" definia diferentes tipos de música introduzidas pelos escravos africanos, sempre conduzida por diversos tipos de batuques, mas que assumiam características próprias em cada Estado brasileiro, não só pela diversidade das tribos de escravizados, como pela peculiaridade de cada região em que foram assentados. Algumas destas danças populares conhecidas foram: bate-baú, samba-corrido, samba-de-roda, samba-de-chave e samba-de-barravento, na Bahia; coco, no Ceará; tambor-de-crioula (ou ponga), no Maranhão; trocada, coco-de-parelha, samba de coco e soco-travado, no Pernambuco; bambelô, no Rio Grande do Norte; partido-alto, miudinho, jongo e caxambu, no Rio de Janeiro; samba-lenço, samba-rural, tiririca, miudinho e jongo em São Paulo.
Existem algumas versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba", oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península Ibérica no século VIII.[14] Uma outra diz que é originário de um das muitas línguas africanas, possivelmente do quimbundo, onde "sam" significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada.
No Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada), palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil. 

Semba

Semba é um dos estilos musicais angolanos mais populares. A palavra semba significa umbigada em kimbundo.
O cantor Carlos Burity defende que a estrutura mais antiga do semba situa-se na masemba (umbigada), uma dança angolana do interior caracterizada por movimentos que implicam o encontro do corpo do homem com o da mulher: o cavalheiro segura a senhora pela cintura e puxa-a para si provocando um choque entre os dois (semba).
Como explica que o semba (género musical), actual é resultado de um processo complexo de fusão e transposição, sobretudo da guitarra, de segmentos rítmicos diversos, assentes fundamentalmente na percussão, o elemento base das culturas africanas.

Afro House

Origem
O estilo Afro-house de origem nacional possui uma mistura de componente electronónica e, não raros casos, com alguns versos típicos ao que se faz no kuduro, igualmente de origem angolana. O Afro-house vem se estendendo cada vez mais a nível do continente e não só. A nível nacional, é comummente feito pelos jovens mas, também já se viu o intercâmbio positivo com músicos de longa data. A título de exemplo é o “remix” da música “Tambuleno” do malogrado Mamukueno com a Dj Djeff, também um dos percursores do estilo Afro-house a nível nacional.
Destaque dos músicos de Afro-House de origem etno-linguístico Bakongo.  
Tal como os outros estilos musicais, quando também interpretados nas línguas nacionais, grosso modo chegam a ter repercussões agradáveis, tendo em conta a valorização das diferentes etnias existentes a nível do País, o mesmo cenário acontece no mais recente estilo musical febre no país que é o Afro-house, onde um leque considerável dos seus fazedores são de origem Bakongo, dentre estes destaca-se os de maior  impacto o Mestre Dangui, um músico que tem tido digressões consideráveis a nível nacional. Dos sucessos destaca-se as músicas “Troia” e “matabicho”. 
Ainda no estilo Afro-house, quem tem sido igualmente referência dos fazedores de origem Bakongo, é o músico Bebucho Q kuia, que atingiu o auge no panorama musical com a canção “akuluwo” que fez sucesso em 2010 e 2011, respectivamente, produzida pelo conhecido Dj Silivi. No entanto, dos seus trabalhos Bebucho Q Kuia conta igualmente com os sucessos “olha estamos a vir” e “encosta…” 
Maya Zuda, é a cantora fazedora do estilo Afro-house de origem Bakongo que tem se destacado firmemente desde 2011. Emprestou recentemente o seu talento na participação do elenco principal da telenovela angolana “Jikulumessu”, cenário que igualmente contribuiu para a sua internacionalização. Dos sucessos de Maya Zuda destaca-se as músicas “Kuankuaram” e, mais recentemente, a música “dois a dois”, com participação de Bebucho Q Kuia. 
Outro músico de Afro-house de origem bacongo que tem destaque a nível nacional com várias digressões internacionais, é o Diclas One que nos seus trabalhos conta com os sucessos “chuta”, que foi febre no ano de 2014 e, mais recentemente o sucesso musical “piza”.
O grupo de estilo de Afro-house com referência a nível nacional é os “The Groove”, constituído pelos músicos Preto Show, Fábio Dance, Mix e dj Hélio Baiano, estes que em tempos idos já faziam sucesso individualmente. Recentemente autografaram no País e em Portugal o seu primeiro álbum intitulado “Segura o corpo”. Das canções  de sucesso dos The groove, destaca-se “Suja”, “Pengulewena”, “dança do gueto” e “segura o corpo”, tema que deu título ao álbum. 

Zouk


O zouk (pronuncia-se "zuque"), é um ritmo originários das Antilhas Francesas de Guadalupe e Martinica. Autores de música Charles De Ledesma e Gene Scaramuzzo trace o desenvolvimento do zouk ao Guadalupe gwo ka e Martinica bélè (gwo ka e ti bwa)
O criador do zouk foi o grupo Kassav', que misturou o calipso, um estilo musical afro-caribenho, e a makossa, um estilo musical originário das regiões urbanas do Camarões, ganhando o nome de zouk na Europa, em 1985, através da música "Zouk la sé sèl médickaman nou ni", que nomeou o estilo com o nome zouk. É de notar que zouk não era o nome do estilo musical: de fato, os Kassav' nunca tinham atribuído esse nome ao estilo que desenvolveram, significando zouk, em Crioulo do Haiti, "festa". Por outras palavras, o nome da música em português é "A festa é o único medicamento que temos". Como na França pouca gente entendia o Crioulo, e o nome que sobressaía do título era zouk, o estilo passou a ser conhecido, então, por zouk.

Zouk - É uma dança praticada hoje em todos os continentes, sendo disseminada através de profissionais do mundo inteiro . O zouk é dançado deslocando-se basicamente na cabeça dos tempos musicais (o que muitos professores de dança chamam simplesmente de tempo). Afora algum estilo que utiliza somente a cabeça do tempo, em geral entre as cabeças se marca também no intervalo entre as mesmas, no que é chamado de contratempo (como por exemplo no samba)- marcado com o chamado 1,2. No contratempo, se faz o movimento característico do zouk: uma ginga ou um movimento sinuoso (onda) conhecido como cobrinha.
É uma dança oriunda da lambada, porém com movimentos mais adaptados ao andamento da música. A lambada era muito rápida e frenética, impossibilitando muitos passos que existem hoje, e por esta razão a dança se diluiu em diversas vertentes e formas de se dançar, mas a base para a dança nunca deixou de ser algo em comum entre essas vertentes, com os giros, movimentos de braços e cabeça.
Com a chegada das vertentes, hoje, o zouk se dança desde uma forma muito lenta a muito rápida, de acordo com a essência musical, mas sempre explorando a sensualidade.
É preciso ter muito cuidado para não confundir a música com a dança. A dança zouk brasileira pode ser dançada com diversos ritmos: kizomba, tarraxinha, cabolove, cabozouk, remixes, R&B, hip hop, etc. A dança zouk do Caribe está em muitos lugares, como França e Inglaterra, mas o Zouk Brasileiro, conhecido como Brazilian Zouk está sendo dançada em todos os continentes do mundo.
O Zouk pode ser dançado no estilo musical kizomba, mas não pode ser confundido com a dança especificamente chamada de kizomba, que é de origem angolana, tendo forte implementação nos países africanos de língua oficial portuguesa.

Movimentos

Os passos podem variar de acordo com o estilo musical, sendo rápido ou lento.
Em alguns países é chama-se de zouk love e seus passos podem ser mais suaves. O zouk love possui três passos principais: o zouk cannelle (canela), o zouk gingembre (gengibre) e o zouk piment (pimenta).
É necessário considerar que os momentos de transferência do peso corporal podem ocorrer com movimentos de inclinação e de circundação da cabeça. O passo básico se dá de maneira semelhante ao caminhar, para a frente e para trás, durante o qual o homem e a mulher se colocam de frente um para o outro .
Assim, o membro inferior direito de cada dançarino estará próximo ao membro inferior esquerdo de seu parceiro. O movimento é iniciado com a perna direita do homem projetando-se para trás ou para a frente e, consequentemente, a perna esquerda da mulher projetando-se para frente ou para trás de acordo com a condução do homem. A seguir, ambos se reparam, agrupando os membros inferiores, para "dar um passo" no sentido oposto: a mulher movimenta a perna cruzando e o homem a acompanha o rítmo indo para o lado contrário. Esse movimento de vaivém é contínuo ao longo da dança, chamado no Brasil de "corredor".
No estilo tradicional oriundo da lambada o passo gengibre envolve a semiflexão dos joelhos, seguida de extensão, assemelhando-se ao movimento de descer e subir. Essa movimentação, na articulação do quadril, é realizada à direita e à esquerda. Já o passo pimenta é a fusão dos anteriores (canela e gengibre), com o casal dançando o mais próximo possível, entrelaçando os membros inferiores. Embora algumas articulações tenham sido enfatizadas na descrição dos movimentos, na caracterização do zouk não basta apenas dar passos para a frente, para trás e para os lados. É necessário desenvolver todo o corpo ao dançar.
Nos estilos menos conservadores a semiflexão dos joelhos não é executada de forma tão constante, e o posicionamento dos pés e dos eixos são tão importantes quanto a movimentação do quadril, pois são exploradas as diversas articulações do corpo.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

O Kuduro

Kuduro é um género musical e sobretudo um género de dança originário de Angola, que foi influenciado por outros géneros como Sungura e Rap.
Recentemente, o Kuduro tornou-se um fenómeno musical em todos os países de lingua portuguesa, assim como em outras partes do mundo.
O kuduro surge em finais dos anos 80, primeiro como uma dança e com o passar do tempo evoluindo para um género musical, estilo house africano em que se mistura elementos electrónicos com o folclore tradicional, feito pelo povo mais pobre de Luanda e com os meios precários que dispunham. A musica é peculiar no uso de breaks e funk muito utilizados nos anos 80 para criar melodias, mas utilizando loops e letras explícitas, que acabam por ser um reflexo de boa parte da população. 
O nome da dança referia-se a um movimento peculiar em que os dançarinos parecem ter a "bunda dura", simulando uma forma agressiva e agitada de dançar como os golpes de Van Damme. Segundo Tony Amado, auto-proclamado criador do Kuduro e conhecido como o "Rei do Kuduro", a ideia da dança surgiu depois de ver o filme de Jean Claude Van Damme, O Desafio Do Dragão (1989), em que o actor aparece num bar, todo bêbado, a dançar com um estilo muito rijo e pouco habitual para aquela época.
As letras caracterizam-se pela sua simplicidade e humor. São geralmente escritas em portugues, e muitas vezes com algum vocabulário de línguas angolanas como, por exemplo, umbundo Tsokwe Luvale Kikongo e kimbundo), tais como as musicas Da Dombolo, de Dj SL.
Actualmente o Kuduro tem sido modernizado, com novas danças.Novas batidas (instrumental) e grupos musicais criando uma figura e representação próprias, tais como a pintura do cabelo visto em Nagrelha, Sebem e NellisBrada Catchénhe, ou usando trajes típicos como os Namayer de Principe Ouro Negro e de Presidente Gasolina.
A Cada dia que Nasce o estilo "Kuduro" vai se desenvolvendo cada vez mais, que porém, sente-se a presença de Vários Artistas desse estilo que enovam a cada dia, sendo pelo seu ritmo dançante, que podemos ver a maneira de Dançar no Kudurista "Nellisbrada Catchenhé" denominado Kuduro-Chinês.

I Love Kuduro (documentário)

O documentário I Love Kuduro, realizado pelos irmãos Mário e Pedro Patrocínio, estreou com grande êxito no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, o maior Festival de Cinema da América Latina, e em Portugal, no DocLisboa. O documentário foi rodado em Angola e retrata a origem do fenómeno do kuduro.
O estilo teve ainda mais popularidade internacionalmente com o lançamento do album de Roberto de Souza Rocha (Latino) músico luso-americano, no dia 15 de maio de 2012.

O Funaná

Como género musical, o funaná caracteriza-se por ter um andamento variável, de vivace a andante, e um compasso binário. O funaná está intimamente associado ao acordeão, mais precisamente ao acordeão diatónico, conhecido em Cabo Verde por gaita. Este facto vai influenciar uma série de aspectos musicais que caracterizam o funaná, como por exemplo, o facto de, na sua forma mais tradicional, usar apenas escalas diatonicas e não escalas cromaticas.


A estrutura da composição do funaná não é muito diferente da estrutura de outros géneros musicais em Cabo Verde, ou seja, basicamente, a música estrutura-se num conjunto de estrofes principais que se alternam com um refrão. Sou quem, intercalando as estrofes e os refrões existe um solo executado na gaita. As músicas são geralmente monoatómicas.
O acompanhamento é executado com a mão esquerda na gaita, fornecendo os baixos e os acordes. O modelo rítmico é executado no ferrinho.
A linha melódica do funaná varia muito ao longo da composição, com muitas séries de notas ascendentes e descendentes. Os cantores de funaná ocasionalmente utilizam a técnica do sforzando em determinadas notas, sobretudo quando elas se prolongam mais (imitação do acordeão?).
As letras do funaná geralmente abordam situações do quotidiano, fazendo menções às amarguras e felicidades do dia-a-dia, mas também críticas sociais, reflexões sobre a vida e situações idílicas. Compositores mais recentes, no entanto, têm alargado o leque de temas. Uma característica das letras do funaná tradicional é que a poesia não é feita de um modo directo, mas usa frequentemente figuras de estilo, provérbios e ditados populares.

Exemplos:
letra em crioulo:tradução literal para português:significado real:
Ôdju mó’ lúa, (…)
Pistána sí’ma árcu-dâ-bédja
Bóca sí’ma câ tâ cúme náda
Ôi, Séma Lópi, côrpu dí tchõ, álma dí Crístu
Olhos como a lua, (…)
Sobrancelhas como o arco-íris
Boca como que não come nada
Oi, Sema Lopi, corpo de chão, alma de Cristo
Olhos arregalados
Sobrancelhas totalmente arqueadas
Boca de quem passa fome
Oi, Sema Lopi, todo o mundo te pisa, mas perdoas a todos
Excerto da letra da música «Sema Lopi».
letra em crioulo:tradução literal para português:significado real:
Ôi, ôi, pêtu dí brônzi,
Coraçõ dí bulcõ,
Sí bú crê saltâ-m’ nhâ rubêra,
Bú tâ câi nâ mánsu-mánsu
Oi, oi, peito de bronze,
Coração de vulcão,
Se tu quiseres saltar-me minha ribeira,
Tu cairás em manso-manso
Oi, oi, menina bronzeada,
De coração quente,
Se tu quiseres namorar comigo,
Tu viverás algo suave
Excerto da letra da música «Pêtu di brônzi» de João Cirilo.
letra em crioulo:tradução literal para português:significado real:
Tunúca,
Crê-’u, câ pecádu,
Dâ-’u, câ tâ fládu,
Mâ, sô bú dâ-m’ quí tenê-m’
Tunuca,
Querer-te não é pecado,
Dar-te, não se diz,
Mas, só tu dares-me que me retém
Tunuca,
Não há mal em amar-te,
Não sei até onde estás disposta a ir,
Mas vivo ansioso com o que tu podes dar-me
Excerto da letra da música «Tunuca» de Orlando Pantera.

Isso exige um bom conhecimento da linguagem e cultura populares, e é por isso que composições mais recentes, composições de autores mais jovens ou composições de autores com pouco contacto com a cultura popular nem sempre utilizam as técnicas de poesia referidas anteriormente.
A nível de instrumentos utilizados, na sua forma mais tradicional o funaná emprega apenas a gaita e o ferrinho. Com a estilização e electrificação do funaná outros instrumentos são utilizados: a rítmica dada pelo ferrinho é executada numa bateria, conjuntamente com outros instrumentos de percussão (um chocolha ou um afoxé); o jogo de baixo / acompanhamento executado pela gaita é substituído pelo baixo elétrico e pela guitarra elétrica; a melodia executada pela gaita é substituída pelo sintetizador. A partir dos fins dos anos 90, assiste-se a um retorno às raízes, onde interpretações unplugged (acústicas) voltam a ser procuradas, e em que os instrumentos electrónicos têm sido preteridos a favor de gaitas e ferrinhos autênticos.


Mais Informações:




Twerk

Twerk é um estilo de dança em que grande parte dos movimentos se concentram nos quadris e em agachamentos. O nome é provavelmente uma junçã...